Todo negócio, independentemente do seu porte, precisa de um bom controle financeiro para continuar crescendo. Porém, existe uma dúvida comum entre empreendedores: qual é o valor ideal do capital de giro para a empresa?
Saber realizar esse cálculo é essencial para manter as contas em dia e fazer o negócio manter as operações sem depender de crédito não planejado.
Neste artigo, você entenderá o que é o capital de giro, como calcular o valor ideal para sua empresa e quais cuidados tomar nesse processo. Acompanhe!
O que é o capital de giro?
É importante compreender que o capital de giro é o dinheiro que a empresa precisa ter disponível para sustentar suas atividades diárias e custos operacionais. Ele é o que garante o pagamento de despesas fixas e variáveis, como fornecedores, funcionários, impostos e contas básicas.
Uma loja de roupas, por exemplo, pode pagar os fornecedores à vista, mas receber dos clientes em até 30 dias. Durante esse período, ela precisa pagar os funcionários e as contas do dia a dia. Sem um capital de giro suficiente, o caixa ficaria apertado e o risco de inadimplência aumentaria.
Sendo assim, esse indicador representa a quantia necessária para manter o negócio funcionando bem enquanto o dinheiro das vendas ainda não está acessível.
Por que calcular o capital de giro ideal é tão importante?
Não calcular o capital de giro pode deixar o negócio vulnerável a riscos de mercado, como queda nas vendas em períodos de baixa e aumento inesperado nos custos de operação. Além disso, pode-se gerar atrasos no pagamento de fornecedores.
Dessa maneira, ter um valor bem definido de capital de giro ajuda a ter previsibilidade e segurança. Essa margem possibilita, por exemplo, negociar melhores condições e evitar o uso de empréstimos emergenciais com juros mais altos.
Como calcular o capital de giro ideal para a sua empresa?
Com a importância do capital de giro em mente, é necessário saber como calcular o valor ideal. A seguir, confira o que considerar!
Entenda o ciclo financeiro da sua empresa
O primeiro passo é conhecer bem o ciclo financeiro: o tempo que a empresa leva entre pagar seus compromissos e receber dos clientes.
Para isso, observe:
- prazo médio de pagamento (PMP): tempo que você leva para pagar fornecedores;
- prazo médio de recebimento (PMR): tempo para receber dos clientes;
- prazo médio de estocagem (PME): tempo que os produtos ficam em estoque antes da venda.
Esses prazos indicam quanto de dinheiro deve estar disponível para cobrir despesas enquanto o caixa ainda não recebe os valores das vendas. Assim:
ciclo financeiro = PME + PMR – PMP
Por exemplo, se sua empresa paga fornecedores em 15 dias, mantém produtos em estoque por 20 dias e recebe dos clientes em 30 dias, o ciclo financeiro é de 35 dias (20 + 30 – 15). Isso significa que ela precisa ter recursos para cobrir pelo menos 35 dias de operação.
Calcule o capital de giro com base no ciclo financeiro
Após entender o ciclo financeiro, é possível calcular o capital de giro. A forma mais direta é por meio da seguinte fórmula:
capital de giro = ativo circulante – passivo circulante.
Em que:
- ativo circulante: dinheiro que a empresa tem ou espera receber no curto prazo, como caixa, contas a receber e estoque;
- passivo circulante: obrigações de curto prazo, como contas a pagar, fornecedores e impostos.
Se o ativo circulante for maior que o passivo circulante, há capital de giro positivo e a empresa tem recursos para continuar operando. Caso contrário, o negócio pode enfrentar dificuldades para honrar compromissos, exigindo atenção imediata.
Para facilitar a compreensão, considere o exemplo:
- caixa e contas a receber de R$ 80.000;
- estoque de R$ 40.000;
- fornecedores e despesas a pagar equivalendo a R$ 90.000.
Dessa maneira, tem-se:
capital de giro = (80.000 + 40.000) – 90.000 = R$ 30.000.
Nesse caso, o capital de giro é de R$ 30 mil. Esse é o valor mínimo para manter as operações equilibradas.
Ajuste o valor conforme a necessidade real
Nem todas as empresas demandam o mesmo nível de capital de giro. Logo, o cálculo deve ser adaptado à realidade do seu negócio.
Para tanto, considere o tamanho e a estrutura da empresa, pois quanto maior for o porte, maior tende a ser a necessidade. Observe também o ritmo de vendas, já que negócios com sazonalidade exigem reservas extras para enfrentar os períodos de baixa.
Outra questão a se pensar é com relação aos prazos praticados, já que as empresas que recebem em períodos longos precisam manter mais dinheiro em caixa. Por isso, verifique a necessidade do negócio.
Quais são os erros mais comuns na gestão do capital de giro?
Mesmo empresas lucrativas podem enfrentar dificuldades se não tiverem capital de giro suficiente, por exemplo, quando as obrigações vencem antes do recebimento das vendas.
Nesses casos, muitos empresários recorrem a soluções emergenciais, como empréstimos ou venda de ativos. Sem planejamento, essas medidas prejudicam a saúde financeira, afetam a reputação e limitam oportunidades de investimento.
Boa parte dos problemas está relacionada a erros de gestão recorrentes, como superestimar as receitas, o que leva à falsa sensação de folga no caixa. Também é comum ignorar a sazonalidade do negócio e não separar finanças pessoais das empresariais.
Para evitar falhas, é necessário adotar uma boa rotina de controle financeiro, sendo importante:
- revisar o fluxo de caixa com frequência;
- ajustar prazos de fornecedores e clientes;
- manter uma reserva de segurança capaz de cobrir imprevistos;
- planejar o capital de giro considerando diferentes cenários;
- avaliar o uso de crédito com responsabilidade, buscando opções adequadas às necessidades da empresa.
Neste conteúdo, você pôde entender a importância e como calcular capital de giro para empresa. Colocando essas orientações em prática, é mais fácil manter as economias do seu negócio em dia e potencializar seu crescimento.
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